segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Educação não sujeita a receita médica

Antigamente, havia miúdos reguilas. Outros calminhos. Alguns eram mais distraídos e irrequietos nas aulas, outros eram mais aplicados e organizados. Agora já não. Agora as crianças têm distúrbios de défice de atenção, transtornos obsessivo-compulsivos, são hiperactivos ou sobredotados.
É claro que estas doenças existem mesmo e devem ser levadas a sério. Mas daí a pegar em qualquer birra e atribuir-lhe um distúrbio psicológico, vai um grande salto.
O acesso rápido e facilitado à informação (Internet e afins) traz muitas coisas boas, mas também deixa muita gente com macaquinhos no sótão. Pesquisam meia dúzia de sintomas na Wikipedia et voilá, está o quadro clínico traçado. Parece que os pais (e educadores) têm uma necessidade de rotular todos os comportamentos e desculpabilizá-los com uma patologia. Quando na verdade as crianças podem ser só isso mesmo, crianças. Traquinas, barulhentas, com fases como a lua. E mal-educadas, muitas. Uma dose de educação é infinitamente mais eficaz do que um frasco de Ritalina, e não tem efeitos adversos. Nem devia precisar de receita médica.

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