quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Há de haver

A Rainha Ervilha falava no outro dia sobre os erros ortográficos que os miúdos dão na escola. Que alguns professores descontam esses erros, e isso faz com que os alunos fiquem mais atentos e cuidadosos, sob pena de verem a nota a descer.

Pois eu acho muito bem que os erros ortográficos façam parte da cotação, independentemente da disciplina. O que não falta por aí é gente a esbofetear a gramática sem dó nem piedade. E para isso já temos a merda no novo acordo ortográfico, não são precisas mais ajudas.

A verdadeira questão é que não deveria ser necessária essa chantagem (se deres erros, desconto na cotação) para que os os miúdos - e graúdos - se preocupassem com o português. Devia ser inato, se estou a escrever, escrevo bem. Natural como a sua sede.
Só que não. O nosso sistema de ensino está feito para encher o saco e despejar nas provas. Não interessa o que se retém depois, o que se sabia e não foi perguntado, aquilo que aprendemos mesmo, que guardamos cá dentro no disco rígido. Aqui só interessam as notas. Se é com mérito ou com cábulas, isso são outros quinhentos. Conquanto a pauta esteja compostinha. E, infelizmente, a mentalidade  é mesmo essa: se o professor não desconta, não é preciso matar a cabeça com isso. Afinal o teste nem é de Português. Afinal isto nem me vai fazer falta no futuro. Afinal nem é esta a minha língua, que falo, ouço, leio e escrevo todos os dias. Ups.

2 comentários:

  1. Olha que orgulhosa que eu fiquei, de ver ali o meu nome escarrapachado...;)
    Hoje, uma amiga ligou-me, e disse-me "estou possessa! a prof da minha filha, enviou-me um mail com o seguinte erro : quando poder, passe por cá.". Vês, esta prof, nunca vai descontar coisa nenhuma.... ;) e pronto(S), é assim...

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    1. Se os próprios professores dão esses exemplos, que dizer dos alunos...
      "Prontos" é dos piores. Ca nervos! De cada vez que alguém diz prontos, Fernando Pessoa dá uma volta no túmulo.

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