Eu sei lá, menina, se vem dos chineses ou o cuaralho

Se os medicamentos são caros, meu Deus, que roubo, é assim que vai a saúde no nosso país, assim se vê como o Estado cuida dos nossos idosos e doentes. Se são baratos, isso não faz nada, deve ser farinha com água, vem lá dos chineses como dizia a outra dos apanhados da RTP1. As pessoas cansam-me.

Vou trabalhar para o LIDL e arredondar os preços

De menos infinito a mais infinito, o número que me custa mais dizer é o cinco. Fico com a língua toda esquartejada, cortesia do meu novo adereço. Acho que as pessoas que vêm à farmácia estão a fazer de propósito para que a conta dê valores como "quinze euros e cinquenta e cinco".

Estudos da Universidade de Boring

Para aí 90% dos trabalhadores diz que a sua profissão é subvalorizada. Para aí metade tem razão.

Triste fado

Os convites para jantar, almoçar, conhecer aquele restaurante novo ou ir ali trincar qualquer coisa, aumentam exponencialmente quando se está em dieta líquida (forçada).

Cautela e caldos de galinha

Não, melhor: dor e caldos de cenoura. Dor e purés de fruta. Dor e ibuprofeno.

Quis a genética que os meus dentes nascessem demasiado juntos, num sufoco de quem é abraçado pela tia-avó no almoço de Natal. Para resolver essa e outras questões (mordida cruzada e uns palavrões do género), o ortodontista achou por bem presentear-me com um aparelho de tortura medieval de seu nome Hyrax (poupem-se à pesquisa, o meu nem é dos piores). Hoje é o primeiro dia de três longas semanas de aperto, literalmente, e eu já estou com vontade de arrancar os dentes todos e pôr uma sonda. 

Como até agora o cenário já estava a ser espectacular, fui avisada de que vou ficar parecida com a Anna Paquin durante uns tempos. Que para os outros dentes ganharem espaço, os da frente também precisam de mexer. Que vai tudo ao sítio depois, com o outro aparelho. Um passo atrás, dois em frente, ou lá o que é. Estou a esforçar-me por escrever frases feitas, porque se escrevo o que me vai na alma é tudo corrido a caralhada.

Isto tudo para perguntar, onde é que se vendem sacos opacos com buraquinhos para os olhos e, já agora, impregnados em analgésico? Na farmácia já confirmei, rien de rien.

Viagens na minha terra

Comboio intercidades é um eufemismo. O conceito mais próximo da realidade seria comboio intercidades, intervilas, interaldeias, interlugarejos e interapeadeiros. Jasus.

E, se forem boas pessoas, uma senhora há-de se sentar ao vosso lado, tirar um tupperware de dentro de um saco de plástico, pegar num pedaço de leitão, passá-lo à frente dos vossos olhos e perguntar-vos se são servidos.

Clubismos à parte

Os sportinguistas que me desculpem, mas nunca tinha sentido tanto apreço pelo vosso estádio como hoje. Quando é que reabrem as casas-de-banho da estação de metro do Campo Grande, afinal?

Um tudo-nada farta de exibicionistas

- E já tenho quatro netinhos, espere lá que trago aqui a foto na carteira para lhe mostrar!

- Depois fui para Angola, foi lá que fiz a minha tatuagem, quer ver?

- Tenho aqui um furúnculo na virilha, não sei se lhe posso mostrar?

Eu tenho cara de voyeur, por acaso?

Follow me

Se há página que me irrita na Internet, é o Instagram deste senhor.

Não bastava o facto de pasarem a vida a viajar e da rapariga ter um corpaço que mete nojo, ainda tiveram esta ideia, genial de tão simples, de tirar estas fotos e espetar na cara das invejosas. É aqui que me incluo.

Depois digam que elas acontecem

Não conheço ninguém com a mesma pancada o mesmo hábito, mas vocês parecem-me gente ajuizada: mais alguém passa os fósforos por água antes de os deitar fora?

Berço de ouro

Eu jantei sopa e uns ovos mexidos. A gata jantou patê de salmão e camarão.

Não vale a pena estarmos com fitas, isto cada um é para o que nasce.

Podes ficar com as jóias, o carro e a casa

Mas não me levem os livros.

Odeio emprestar livros, faço-o sempre a contragosto. Não é que não goste de partilhar as minhas coisas, até o carro já emprestei de boa vontade. E percebo a lógica, porque os livros não são propriamente baratos e, regra geral, pegamos uma vez ou duas e passam o resto da vida na estante. Partilhar é bonito, que é. Mas com os livros dá-me uma certa urticária porque sei que nunca os devolvem tal e qual como os levaram. E eu sou picuinhas, não dobro as folhas, não vinco as lombadas. Já era assim com os da escola, estão como novos apesar dos anos que já lá vão. Não interessa agora entrarmos em contas.

O meu trauma começou por volta dos 10 anos, quando emprestei um livro do Harry Potter a uma colega de turma. Sim, sou dessa geração e devorei os livros num sopro. O livro foi para lá como novo e voltou como se tivesse andado na guerra do Vietname. Sónia, se me estás a ouvir, nunca mais te vi como os mesmos olhos e desejo sinceramente que o teu namorado (se tiveres algum, que é feito de ti, rapariga?) te trate como trataste o meu livro, desejada e estimada prenda de Natal.

Portanto se me pedirem um livro emprestado, o sim é garantido mas a cara de frete também. Sei que não é bonito mas é sincero, e é o melhor que levam daqui. 

Diz que é inimiga da perfeição

O meu sentido de orientação é do género "dão-me duas voltas e eu já não sei para onde estava virada". Para as viagens, vale-me o GPS. E para os parques subterrâneos, estacionamentos de centros comerciais e afins? Pois... É não ir com pressa.

Partilhem com os amigos condutores

Parecendo que não, os piscas do carro têm outras utilidades além de assinalar um estacionamento em segunda fila para ir ali beber uma mini ou arranjar as nails. Quando usados alternadamente, também podem servir para avisar o resto da malta que querem virar naquele cruzamento ou dar mais uma voltinha à rotunda. Porreiro, não é?

Deixa que anoiteça

No célebre Sozinho em Casa, lembram-se da reacção da mãe quando percebe que o filho não está no avião com o resto da família?

Sou mais ou menos eu quando percebo que os óculos de sol ficaram esquecidos em casa. Conduzir com o sol nos olhos dá-me cabo do sistema. Claro, aconteceu esta manhã.

Cenário idílico, ou então não

Passarinhos a chilrear nas árvores, a esvoaçar pelo céu, que bonito.

Então e quando os lençóis lavados vão do estendal novamente para a máquina por culpa dos ditos pássaros? Perdem o encanto todo, os filhos da mãe.

Benefícios de ter um gato

(perfeito para combinar com roupa preta) 

A minha espalha pêlo por todo o lado, adora brincar com o carregador do telemóvel e do portátil (dentadinhas de amor) mas ignora os brinquedos que lhe compro, arranha o sofá, está sempre esfomeada e aspira qualquer comida que caia ao chão, enrosca-se em mim de noite mesmo quando estão 40ºC em casa, arranha a porta da casa-de-banho e mia incessantemente, mas quando a abro, vai-se embora e não me liga um chavo. Morre de medo do aspirador mas adora ver a roupa às voltas dentro da máquina de lavar. Tira-me a paciência. Mas é bom tê-la comigo. :)

The place I call home

Ericeira de A a Z, pelos olhos de uma turista alemã. :)

Cenas fixes de verão

(a data está errada mas ninguém sabe acertar aquilo)

05h12

Quem está feliz e contente no seu local de trabalho a estas horas, quem é...?

Pois, eu também não. Estou só por aqui com olheiras de panda à espera das 9 badaladas. Se vos doer alguma coisa, é passar por cá. Assim com'assim, sempre me fazem companhia.

Nem sabe o bem que lhe fazia

Quais bolas de Berlim com creme*, qual quê, no top de cenas gostosas para comer na praia, as cerejas e as nectarinas batem a concorrência aos pontos.

 

(* as sem creme, então, nem merecem ser citadas neste texto.)

Enquanto o diabo esfrega um olho

Chama-se "Puxar a brasa à nossa sardinha" e é uma delícia. Quem me conhece sabe que sou uma esponja de expressões, sotaques e afins, e perceber as histórias que deram origem a essas frases que uso no dia-a-dia é muito engraçado.

Também leio Saramago e Jane Austen, não se apoquentem, mas isto é outro campeonato. É uma leitura levezinha para levar para a praia e ler entre dois mergulhos, livro na mão, cerejas na outra. Abençoado Verão.

Virou moda

Esta nova geração do fado, da geração são cada vez mais, do fado cada vez menos.

Esta juventude...

Tudo o que é estacionamento perto do meu trabalho, paga-se. Ao milésimo de segundo.

Isto obriga-me a boas caminhadas pela manhã, porque não estou para sustentar gulosos. Mas dizia eu que esta manhã, a caminho do trabalho, passei por uma esplanada e vi uma senhora no alto dos seus setenta e doze anos a beber um galão e fumar um cigarro. É assim que se começa o dia. O mundo é não é feito para flores de estufa como eu, que acompanham os galões com torradas ou pastéis de nata.

Por aqui trabalha-se

Vai daqui muita invejinha para todos quantos vão assistir ao concerto dos Muse.

Mood

Como não sei escrever assim, assino só por baixo:

"Consegues ser mais promíscuo do que um miúdo de dez anos?

Os homossexuais, bissexuais e transexuais não são, por definição, tarados sexuais que só pensam em sexo com vestimentas alegóricas, próprias do Carnaval do Rio de Janeiro. São pessoas que Amam, se apaixonam e sofrem de Amor como outra pessoa qualquer.

Estou a dizer isto por um motivo muito simples: quem assiste a uma marcha qualquer sobre o Orgulho LGBT pode pensar que sim, e é por isso que eu não dou muito crédito a essas marchas. Aceito-as, mas acho-as estúpidas porque têm um efeito contrário ao que teoricamente pretendem, ou seja, a aceitação generalizada de todas as orientações sexuais.

Vejo reportagens fotográficas e vídeo das várias marchas que recentemente se realizaram um pouco por todo o mundo (algumas, infelizmente, com intervenção policial injustificada) e vem-me à mente um programa de televisão que se poderia chamar "Consegues ser mais promíscuo do que um miúdo de dez anos?".

A promiscuidade não é exclusiva de quem não é heterossexual, mas as manifestações parecem querer fazer parecer que sim. Provavelmente, nunca ninguém ali falou com um putanheiro a sério, bom chefe de família, bebedor de Teobar e presente todos os fins de semana nos jogos do Benfica.

Por isso repito: os homossexuais, bissexuais e transexuais são pessoas que Amam, se apaixonam e sofrem de Amor como outra pessoa qualquer."

Pelo Bagaço Amarelo no blogue Não compreendo as mulheres

(se não compreende, eu vou ali e já venho)

Confrarias

Porque sem as indumentárias catitas, seriam só um grupo de bêbados a petiscar.

A indústria farmacêutica que ponha os olhos nisto

"Sabe menina, é que eu tenho a pele muito sensível, preciso de um protector solar daqueles que protegem dos raios HIV."