sexta-feira, 22 de maio de 2015

Dilema moral

Apareceu aqui uma senhora com uma receita de Cialis. A receita vinha em nome do marido, que lhe pediu para passar na farmácia e comprar o seu "medicamento para as dores nas costas". Uma caixa com quatro comprimidos que custa praticamente quarenta euros e não tem comparticipação... para as dores nas costas.
O que faziam?
 
a) explicam à senhora o propósito do medicamento, correndo o risco de pôr fim a um casamento de trinta anos se o mesmo não for utilizado para proveito da esposa;
b) acreditam no amor verdadeiro, nos arco-íris com passarinhos a chilrear, afinal o senhor pode apenas querer surpreender a esposa com uma noite de romance;
c) tentam não aprofundar o assunto, "esteja descansada que o médico há-de ter dado todas as indicações ao seu marido de como e quando deve tomar o medicamento, aqui tem, então bom dia, sim?"
d) não sabe/não responde
e) todas as anteriores
 
Ajudem-me.
Estou com pena da senhora... Ou se calhar passou uma noite daquelas e eu é que fico para aqui a remoer.

6 comentários:

  1. Tens aí um bom dilema mesmo, principalmente no caso de não serem usados para proveito dela... Por outro lado, talvez exista outra hipótese que te exonera, nomeadamente, a senhora saber para o que servem e estar a tentar disfarçar ;)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Era uma hipótese bonita, mas acho que não. A senhora estava muito indignada com o preço "e porque raio é que o médico receitou uma coisa tão cara e, ainda por cima, sem comparticipação".
      Mas vão dez pontos para o teu optimismo!

      Eliminar
  2. Se o marido a envia para a farmácia com justificação de que é para as dores, está a pedi-las. Portanto se existe traição, não há que ter problemas em dizer "Posso vender-lhe o medicamento, mas devo alertá-la que poderá existir aqui um engano, este não é para dores, é para X".

    Se o tema não fosse sexual, não havia alerta ao cliente de que estaria a comprar uma coisa ao engano? Então pronto.

    Próximo artigo? Estou cá para responder e encerrá-los. Um a um.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mas este caso levanta problemas éticos e morais... Levanta uma série de coisas, a bem dizer.
      Eu tive de explicar à senhora que o medicamento não serve para as dores nas costas, mas sim para problemas da próstata e redondezas. Mas fui pela abordagem mais soft. Que a receita do médico viria no seguimento de alguma queixa do marido, portanto ele havia de estar informado.
      Não se fiz bem ou mal, mas pelo menos tenho-te a ti para me destruíres a consciência.

      Eliminar