Raros são os dias em que consigo estacionar o carro de manhã e encontrá-lo igual ao fim da tarde. Raríssimos. Quase sempre o encontro enfeitado com papelada presa no limpa pára-brisas. Panfletos da nova lavandaria, do electricista, da empresa de mudanças e - os meus preferidos - dos professores Karamba que por aí nascem que nem cogumelos. Que lêem cartas, búzios, mãos, bolas de cristal e sopas com massinhas de letras. Que me resolvem os problemas familiares, os de dinheiro, os de saúde, os de amor. All you need is love e um Professor Karamba a quem recorrer nas aflições.
À custa disto tenho o carro atafulhado de papéis, que vou juntando para depois deitar fora. Pelo menos resolvem-me o problema da falta de folhas de rascunho.
Também se fazem daqueles autocolantes "publicidade indesejada aqui não" para carros?
Ah. E esqueci-me de outros. Os famosos panfletos dos jeovás ou coisa que o valha, que começam com um título a negrito do género "Deus é o teu melhor amigo"... não vos sei dizer como acabam, que nunca li mais que isso. Mas sou capaz de ter uns quantos ali no carro.
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