sexta-feira, 6 de março de 2015

Dia da Mulher

Aproxima-se a passos largos uma comemoração que me causa especial urticária, o Dia da Mulher.

Tudo muito bonito, que representa a luta pelos direitos das mulheres e as suas conquistas nem mundo que se faz(ia) de homens. Pois sim. Mas se este dia é comemorado, se ainda há necessidade de vir para a rua demonstrar isto e aquilo, então é porque a igualdade afinal não se faz sentir como se julga. Em alguns contextos, as mulheres ainda são a excepção e não a regra.

À parte disso, é triste ver a reacção de muitas mulheres perante este dia. No resto do ano não partem um prato, mas se é Dia da Mulher, toca de soltar a franga e mostrar como se sentem emancipadas e rejubilantes com o segundo cromossoma X que a natureza lhes deu.

É um bocadinho como as paradas gay. Igualdade acima de tudo, cada um leva onde quer e ninguém tem nada com isso, mas não é preciso vir para a rua com lantejoulas e plumas para provar o que quer que seja.

A verdade é que neste dia, ou melhor dizendo, nesta noite, é ver o mulherio doido nos bares e discotecas, com a roupa da filha mais nova, a beber e fumar como gente grande, enquanto dançam kizombadas e se roçam em tudo o que mexa, numa tentativa desesperada de encontrar uma pilinha para brincar mais logo. Depois junta-se a outra espécime, dos machos que tentam matar a fominha junto das supracitadas, e tempera-se isto tudo com gin a gosto.

Dia terminado, lá voltam para a vidinha de todos os dias, não sai, não bebe, não fuma, não f...az nada que possa manchar a imagem de mulher recatada e puritana.

Se é assim que se pretende transmitir alguma mensagem, a meu ver não resulta. Pela parte que me toca, prefiro não pôr um pé fora de casa.

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